No mundo do
Antigo Testamento, existe uma idéia muito arraigada: a de que Deus castiga o
erro e premia o acerto. É difundida e defendida por alguns teólogos
oportunistas que a chamam de teologia da retribuição. Por causa desse
pensamento, por exemplo, é que os amigos de Jó o acusam de ter feito algo
errado para estar doente; seria um castigo de Deus.
Como
cristãos, não deveríamos entender que Deus, de forma simples e direta, castiga
o mal e premia o bem, como acreditavam os antigos na teologia da retribuição.
Sabemos que muitas coisas ruins também acontecem a pessoas boas e que coisas
boas acontecem a pessoas tidas como ruins. O juízo de Deus é algo misterioso e
profundo.
Entretanto,
existe uma regra da física que serve para todas as realidades, mesmo as
espirituais: toda causa leva a uma consequência. Isto é, tudo o que fazemos
terá um resultado, bom ou ruim. As secas, enchentes, terremotos, furacões,
assim como outras catástrofes naturais, são difíceis de serem explicadas a
partir da lógica humana. Sabemos, contudo, que tais acontecimentos são
permitidos para que a exemplo de um imenso tabuleiro, as peças consigam se
encaixar.
Se olharmos
a caminhada histórica da humanidade, veremos que durante séculos o crescimento
do número de habitantes do planeta ocorreu de forma constante e lenta. Na época
de Cristo a terra comportava 250 milhões de pessoas. Quando Colombo conheceu o
Novo Mundo, somávamos meio bilhão de pessoas. No final da Segunda Guerra Mundial
já éramos dois bilhões. Hoje somamos mais de 7 bilhões de pessoas.
Nas últimas
décadas a taxa de crescimento populacional vem aumentando em grandes
proporções. A cada dez anos, crescemos o equivalente à população da China. Não
é difícil perceber as consequências desse processo para a extinção das nossas
reservas naturais. Um exemplo é a perda da camada de ozônio e de espécies que
existiam a milhões de anos. Se a extinção continuar no ritmo atual, as nossas
crianças serão testemunhas do desaparecimento de mais da metade dos animais
vivos que Deus criou sobre a face da terra.
O ritmo da
devastação das florestas é alucinante. Cerca de 600 hectares por dia.
Enquanto isso, as novas descobertas tecnológicas são responsáveis por
introduzir mais dióxido de carbono e outros produtos químicos nocivos à
atmosfera. O ar que respiramos contém 500% mais cloro que 40 anos atrás.
É
necessário reconhecermos que somos parte de um contexto global e que a
revolução científica e tecnológica gerou a falsa impressão de que pelo
intelecto seríamos capazes de solucionar os nossos maiores problemas. Criamos
um mundo artificial no qual a propaganda nos diz o que queremos e os rituais de
produção
Em tempos
onde as fronteiras esticam e o marketing personifica o consumismo inconsequente,
ainda não nos damos conta de que apesar de tudo que nos separa, pertencemos a
uma civilização global. Por isso, precisamos de uma nova consciência com
prioridades e compromissos universais.
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