sexta-feira, 8 de abril de 2016

CATÁSTROFES - Responsabilidade Humana ou Castigo de Deus?



No mundo do Antigo Testamento, existe uma idéia muito arraigada: a de que Deus castiga o erro e premia o acerto. É difundida e defendida por alguns teólogos oportunistas que a chamam de teologia da retribuição. Por causa desse pensamento, por exemplo, é que os amigos de Jó o acusam de ter feito algo errado para estar doente; seria um castigo de Deus.
 
Como cristãos, não deveríamos entender que Deus, de forma simples e direta, castiga o mal e premia o bem, como acreditavam os antigos na teologia da retribuição. Sabemos que muitas coisas ruins também acontecem a pessoas boas e que coisas boas acontecem a pessoas tidas como ruins. O juízo de Deus é algo misterioso e profundo.

Entretanto, existe uma regra da física que serve para todas as realidades, mesmo as espirituais: toda causa leva a uma consequência. Isto é, tudo o que fazemos terá um resultado, bom ou ruim. As secas, enchentes, terremotos, furacões, assim como outras catástrofes naturais, são difíceis de serem explicadas a partir da lógica humana. Sabemos, contudo, que tais acontecimentos são permitidos para que a exemplo de um imenso tabuleiro, as peças consigam se encaixar.

Se olharmos a caminhada histórica da humanidade, veremos que durante séculos o crescimento do número de habitantes do planeta ocorreu de forma constante e lenta. Na época de Cristo a terra comportava 250 milhões de pessoas. Quando Colombo conheceu o Novo Mundo, somávamos meio bilhão de pessoas. No final da Segunda Guerra Mundial já éramos dois bilhões. Hoje somamos mais de 7 bilhões de pessoas.

Nas últimas décadas a taxa de crescimento populacional vem aumentando em grandes proporções. A cada dez anos, crescemos o equivalente à população da China. Não é difícil perceber as consequências desse processo para a extinção das nossas reservas naturais. Um exemplo é a perda da camada de ozônio e de espécies que existiam a milhões de anos. Se a extinção continuar no ritmo atual, as nossas crianças serão testemunhas do desaparecimento de mais da metade dos animais vivos que Deus criou sobre a face da terra.

O ritmo da devastação das florestas é alucinante. Cerca de 600 hectares por dia. Enquanto isso, as novas descobertas tecnológicas são responsáveis por introduzir mais dióxido de carbono e outros produtos químicos nocivos à atmosfera. O ar que respiramos contém 500% mais cloro que 40 anos atrás.

É necessário reconhecermos que somos parte de um contexto global e que a revolução científica e tecnológica gerou a falsa impressão de que pelo intelecto seríamos capazes de solucionar os nossos maiores problemas. Criamos um mundo artificial no qual a propaganda nos diz o que queremos e os rituais de produção
e de consumo dizem quem somos.

Em tempos onde as fronteiras esticam e o marketing personifica o consumismo inconsequente, ainda não nos damos conta de que apesar de tudo que nos separa, pertencemos a uma civilização global. Por isso, precisamos de uma nova consciência com prioridades e compromissos universais.

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