No Brasil cada cidadão lê, em média, apenas,
um único livro por ano. Nos Estados Unidos são onze; na França, sete; e na
Argentina, pelo menos, três. Segundo dados oficiais do Ministério da Educação e
Cultura, o MEC, temos em nosso país, aproximadamente, três mil livrarias. Uma
para cada 64 mil habitantes. A UNESCO considera razoável uma livraria para cada
10 mil habitantes.
Segundo consta, existem em todo o Brasil,
4.763 bibliotecas. Uma para cada 33 mil habitantes. Elas emprestam, em média,
apenas 296 livros por dia. Só 30% delas têm acesso à internet. Em pelo menos 500
cidades brasileiras não existe absolutamente nenhuma biblioteca.
Ainda de acordo com os dados oficiais da
UNESCO, o Brasil tem 14 milhões de analfabetos. Sem contar os analfabetos
funcionais, um universo que engloba 54% da população entre 15 e 64 anos que
cursaram até a 4ª série e, no entanto, não são capazes de compreender textos e
muito menos redigir algumas linhas sem discrepâncias ortográficas.
É preciso recordar que assimilamos, em
média, 90% do indispensável para a vivência humana até os seis anos de idade. Comer,
andar, falar, distinguir pessoas e relações de parentesco, discernir ocasiões
de perigo ou risco, aprimorar o instinto de sobrevivência. A capacidade e a
disposição para agir de acordo com verdade, lutar pela justiça, buscar a
solidariedade.
O grande perigo, hoje, é ver crianças e
adolescentes “sequestrados” intelectualmente pela TV de baixa qualidade ou navegando à deriva na internet. Não
é de admirar se no futuro milhares de crianças e adolescentes irão suprir as
suas carências através das drogas, da violência, de relações descartáveis e de
um imaginário subjetivo e virtual.
O risco do uso abusivo da internet, e de
forma mais suscetível, quando se navega sem direção, é ser bombardeado por um
fluxo de estímulos e informações sem estrutura cognitiva e moral para edificar
o caráter e os valores elementares para que tenhamos cidadãos e cidadãs
conscientes, honestos e preocupados com o bem estar alheio. É bom saber que apenas
ver o que aparece na TV e na tela do computador não equivale a ter
discernimento crítico e compreender o seu lugar na interação com um mundo mais
fraterno, justo e humano.
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