sexta-feira, 18 de setembro de 2015

O Triunfo da Mediocridade




No Brasil cada cidadão lê, em média, apenas, um único livro por ano. Nos Estados Unidos são onze; na França, sete; e na Argentina, pelo menos, três. Segundo dados oficiais do Ministério da Educação e Cultura, o MEC, temos em nosso país, aproximadamente, três mil livrarias. Uma para cada 64 mil habitantes. A UNESCO considera razoável uma livraria para cada 10 mil habitantes.

Segundo consta, existem em todo o Brasil, 4.763 bibliotecas. Uma para cada 33 mil habitantes. Elas emprestam, em média, apenas 296 livros por dia. Só 30% delas têm acesso à internet. Em pelo menos 500 cidades brasileiras não existe absolutamente nenhuma biblioteca.


Ainda de acordo com os dados oficiais da UNESCO, o Brasil tem 14 milhões de analfabetos. Sem contar os analfabetos funcionais, um universo que engloba 54% da população entre 15 e 64 anos que cursaram até a 4ª série e, no entanto, não são capazes de compreender textos e muito menos redigir algumas linhas sem discrepâncias ortográficas.


É preciso recordar que assimilamos, em média, 90% do indispensável para a vivência humana até os seis anos de idade. Comer, andar, falar, distinguir pessoas e relações de parentesco, discernir ocasiões de perigo ou risco, aprimorar o instinto de sobrevivência. A capacidade e a disposição para agir de acordo com verdade, lutar pela justiça, buscar a solidariedade.


O grande perigo, hoje, é ver crianças e adolescentes “sequestrados” intelectualmente pela TV de baixa qualidade ou navegando à deriva na internet. Não é de admirar se no futuro milhares de crianças e adolescentes irão suprir as suas carências através das drogas, da violência, de relações descartáveis e de um imaginário subjetivo e virtual.


O risco do uso abusivo da internet, e de forma mais suscetível, quando se navega sem direção, é ser bombardeado por um fluxo de estímulos e informações sem estrutura cognitiva e moral para edificar o caráter e os valores elementares para que tenhamos cidadãos e cidadãs conscientes, honestos e preocupados com o bem estar alheio. É bom saber que apenas ver o que aparece na TV e na tela do computador não equivale a ter discernimento crítico e compreender o seu lugar na interação com um mundo mais fraterno, justo e humano.

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