No segundo caso, o fundamentalismo religioso, constituído por uma mistura de moralismos (comportamentos) e meritocracias (prosperidade). Deus se submetendo às ambições humanas. Sendo usado como elemento do discurso político. A "bandeira" política é identificada como vontade de Deus. Decisões políticas são "obras do Senhor". A ação política, as instituições públicas e os governantes sendo guiados pelas verdades da religião. Os adversários são vistos como inimigos de Deus.
Não é raro ver gente invocando o nome de Deus para justificar determinadas “verdades”, sobretudo, quando estas se referem a usos e costumes. O repertório varia, mas, em geral, negros, indígenas, mulheres e homossexuais, passam a ser vistos em contraposição aos parâmetros bíblicos. Há quem, inclusive, em nome da própria fé não veja dilemas ou melindres em apoiar a tortura, a pena de morte e a violência. A Constituição e o Estado de Direito passam a ser constantemente ignorados.
Uma das primeiras regras de quem adere à retórica fundamentalista é demonizar quem não concorda com o seu ponto de vista. A aliança entre fundamentalismo econômico e fundamentalismo religioso vem reconfigurando as esferas do poder em nosso país. Os "escolhidos" tem uma missão recebida de Deus e do mercado. A religião e a economia se fundem. Representantes de igrejas são nomeados para funções estratégicas. Enquanto isso, a pobreza e o desemprego seguem alcançando milhões de familias. A perversidade parece ser o preço da ignorância.
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