A mobilização dos indivíduos, por vezes, pode
ter um potencial transformador que a ótica imediatista e entorpecida pelo
sofrimento, obstaculiza. Nada haverá de ser superado enquanto não se
compreender que o estímulo à covardia é o caminho perfeito e seguro para homens
e mulheres permanecerem submissos por conta do medo, da indiferença, ignorância,
ingenuidade ou cansaço.
O caminho neste nosso país continental nunca
poderá ser encontrado senão quando a população compreender a si mesma como
sujeito histórico e decidir atuar não pelos atalhos sinuosos do desalento, mas
pelas trilhas do protagonismo capaz de transformar a vida e as instituições. É
preciso minar a força das quadrilhas instaladas nas diversas instâncias do
poder e que manobram de forma conveniente as chaves dos cofres.
Sigo acreditando que as antenas que em nossos
dias distraem as misérias, tergiversam sobre as suas apropriações acerca do
mal, ocultando as tantas insanidades contra a ordem democrática, não poderão
impor a sua força pelo tempo afora, indefinidamente. Se a história não se
repete, pelo menos, ela se redesenha a partir de novas formas. Depois do
desânimo, a indignação haverá de ser sucedida pela ação.
Quando o cenário de escuridão e violência se
aprofunda é imperioso recordar que as piores tempestades também são
passageiras, mesmo quando o horizonte é nebuloso e os danos, falsamente, irreversíveis.
Um dia, certamente, a vilania encontrará o seu ocaso. Um dia, os olhos hoje
obcecados pelo ódio, vencerão as imagens e as narrativas ilusionistas. Um dia, os
malfeitores que hoje se apresentam como redentores, serão apenas uma triste
lembrança de um passado obscuro. Eis a minha UTOPIA!!!
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