Em
diferentes sociedades e culturas, ao longo dos tempos, a religião tem deixado
marcas. E não se trata apenas de uma religião específica. De modo geral,
diferentes religiões marcam diversas áreas e dimensões da vida humana, muito
além do estritamente espiritual. Exemplos disso são formas de cultivo da terra,
a forma arquitetônica de prédios ou mesmo no exercício do poder político.
Evidentemente,
nos séculos mais recentes, buscou-se certa superação da influência da religião
sobre a vida humana. Com o advento da ciência e do uso proeminente da razão,
compreensões religiosas passaram a ser vistas com menosprezo.
Inúmeros
cientistas, por mais que criticassem expressões religiosas, reconheceram a sua
influência na vida social. Hoje, sabe-se que determinada forma de expressão
religiosa pode servir tanto para manter um povo pacificamente oprimido quanto
para fomentar transformações profundas numa sociedade. Isso evidencia que,
apesar de tudo, o fenômeno religioso não ficou sem valia e nem tende a
desaparecer. Pelo contrário, manifesta-se com bastante vigor, mesmo em
sociedades que se proclamam cientificamente mais avançadas. Sua influência em
processos eleitorais não pode ser desconsiderada.
Em
nosso País, apesar de haver uma apregoada liberdade de fé, de religião, de
igreja, de escolha, de consciência, em momentos eleitorais, diferentes grupos
políticos buscam “arrebanhar” os votos de grupos religiosos – mesmo que a
afinidade inexista. Por outro lado, também ocorrem corporativismos religiosos,
ou mesmo eclesiais, buscando eleger representantes de seu segmento.
Fato é que em nossa sociedade instituições religiosas históricas ainda mantém uma auréola ética de defesa da vida. Inconsequente é alguém professar uma fé ética e votas em alguém aético. O resultado dessa relação entre religião e eleições tem deixado marcas arquitetônicas nefastas em todas as dimensões sociais.
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